Não
existe uma única forma de enxergar a vida. Existem muitos horizontes. O
dilema é capturar a essência daquele que verdadeiramente te levará
aonde você precisa chegar.
Nem sempre se terá certeza de todos os
caminhos, às vezes o errado antes parecia ser o certo. O caminho com
pedras hoje, ontem era o de flores. Sempre haverá beleza nos caminhos
percorridos se deles, mesmo não sendo a
trilha certa, retirarmos os espinhos e pedregulhos para plantarmos
sementes que darão frutos para que os próximos ao trilharem colherem
boas coisas. Não basta somente colher, é preciso plantar. Felicidade não
consiste em somente esperar, mas em regar! Fica até mais fácil e
suportável a dor de ter que percorrer outros caminhos. Penso que
palavras têm poder, e seria mais fácil se mudássemos algumas
expressões, por exemplo, ao invés de usarmos “perder tempo”, por que não
dizer “gastei o meu tempo”... Fica mais bem empregado, nesta vida
ninguém perde tempo, talvez só se tenha plantado o que não quer colher.
Gastou o seu tempo, colheu não o que queria, mas tenha a certeza que a
própria vida se encarregou, providenciou que colhesse o necessário para
que na próxima estação pudesse plantar as sementes certas.
Nem sempre se precisa de silêncio, precisa-se das palavras certas. Nem sempre se precisa de alguém, precisa-se arar a terra prepará-la, adubá-la e ás vezes até descansar e assim a terra se conhecer primeiro, curar as feridas que o arado provocou e só então esse alguém chegar. A terra do coração precisa ser bem cuidada, para receber a semente do amor. Não é só o outro que precisa chegar pronto. O tempo de plantar é um tempo de se conhecer. É plantando que o agricultor conhece a terra, conhece a semente, conhece o tempo...
Não vale a pena ter sempre certeza das coisas, tenha apenas certeza do que és que muitos quilômetros dos caminhos que precisa percorrer já foram alcançados com esta certeza. Não gaste seu tempo com o que contradiz essa única certeza da sua alma. Infelicidade talvez seja isso: chocar a sua verdade com a verdade do outro. Escolha caminhos que vão ao encontro da verdade que há em você. Escolha caminhos menos percorridos, escolha se aventurar nas montanhas, pois nelas há maior consolo, maior sensibilidade e encontro com consigo mesmo e com Deus. Muitos escolheram percorrer a planície, mesmo sendo mais fácil, talvez menos perigoso, encontraram o barulho e se confundiram na escuta de muitas vozes... Uma só é necessária... Mas esta só se escuta quem estiver disposto a viver o preço da renúncia, do sacrifício de si mesmo, para ir ao encontro do outro com toda a beleza de quem encontrou um grande tesouro...
E tudo isso faz parte dos
caminhos que escolhemos, das decisões, das certezas, da espera, das
palavras certas, ou dos silêncios nas montanhas, no plantio, na semente,
na coragem de voltar ao começo e trilhar outros caminhos.
Por: Fabiana Costa (Grupo de Oração: Guerreiros do Ruah, da RCCPicos; Coordenadora do Ministério de Pregação da RCCPicos)
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